quinta-feira, 28 de maio de 2009

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Relação do Marquês com PombalContráriamente à crença popular, de que o Marquês de Pombal teria nascido na nossa região, assume-se hoje que nasceu em Lisboa, a 13 de Maio de 1699 onde foi baptizado a 6 de Junho do mesmo ano.
A sua ligação a Pombal terá surgido em 1724, depois da morte do seu pai 4 anos antes, e do seu casamento em 1723. Com 25 anos de idade, terá vindo para casa do seu tio, então proprietário da Quinta da Gramela, por motivo de desavenças com sua mãe como se pode depreender desta afirmação: "Observo que ao tempo em que tinha pouco mais de 20 annos de idade, quando no interior da minha familia houve algumas apparencias de discenssão, por fugir de controvérsias me degredei voluntariamente para o campo de Coimbra, preferindo por mais de sette anos a broa de milho de Soure à meza de meu Thio..". Após a morte do seu tio em 1737, toma posse por herança da Quinta da Gramela, aliás como acontece com os seus domínios em Oeiras e Sintra.
Afirmando-se como um dos maiores estadistas da nossa História, durante o reinado de D.José, desenvolve uma intensa actividade de recuperação económica, patrocínio das artes e cultura e revolução do pensamento político, que vem culminar com o acto extraordinário da reconstrução da cidade de Lisboa após o terramoto de 1755. Em reconhecimento da sua actividade recebe o título de 1º Conde de Oeiras e em 1759 recebe o senhorio de juro e herdade da vila de Pombal. A estes bens, vem juntar a Quinta de Nossa Senhora do Desterro, situada a Sul da Gramela, e a Quinta de S. Gião a Norte da Quinta da Gramela. Em 18 de Setembro de 1769 é nomeado primeiro Marquês de Pombal pelo rei D. José.
A morte do rei em 1777 marca o fim da carreira política de Carvalho e Mello. Com 78 anos e doente, sabe que chegou a hora dos seus adversários políticos clamarem por vingança. Pede assim a D. Maria I que o isente das suas funções e que lhe permita retirar-se para Pombal. A rainha concede-lhe a exoneração por decreto de 4 de Março de 1777, conservando-lhe uma comenda de Cristo. A 15 de Março, regressa a Pombal, definitivamente, e instala-se numa casa na Praça, junto à Matriz, talvez porque com o seu estado de saúde esta lhe oferecesse maiores condições do que a Quinta da Gramela, tão afastada da vila.
Em 1778 é acusado de fraude, roubo e abuso de poder pelos seus inimigos políticos, e é-lhe instaurado um processo, do qual admite culpas de ter sido inconveniente na defesa apresentada, já que esta se baseava em dizer que teria apenas seguido as ordens do Rei. É considerado culpado e obrigado a conservar-se distante da corte "na distância de vinte léguas". Na sequência deste processo várias humilhações esperam Carvalho e Mello, em Pombal. Esquecendo o desenvolvimento económico que o Marquês trouxe ao Concelho, a fidalguia local torna-o então em "personna non grata".
O desembargador Luís Godinho Leitão, enquanto proprietário, levanta o dedo contra o Marquês acusando-o de ter mandado "cortar a metade dos Carvalhos, e outras Arvores, como tambem o numero de trez ou quatro mil Oliveiras; de sorte que a dita fazenda (nos arredores de Pombal) ficara totalmente arruinada...." Carvalho e Mello apresenta uma vigorosa e bem documentada defesa em forma de súplica à Rainha "em defesa da propria reputação que por 80 annos sucessivos procurou sustentar em quanto nelle esteve" declarando inclusivamente que "Todos estes factos são porem fingidos e diametralmente contrarios às verdades tão publicas e notorias na Villa de Pombal"
Casos como este, são exemplares dos últimos anos da vida do Marquês na nossa cidade, e o tratamento com que foi contemplado, não termina com a sua morte em 1782, como poderemos constatar da Relação de Pombal com o Marquês depois da sua morte.

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